A Simbologia Cósmica e Esotérica do Natal parte 01




Segundo a tradição esotérica as festividades do Natal são muito mais antigas que a Cristandade, remontando ao tempo das religiões do paganismo. Aliás a simbologia da tradicional Festa do Natal é completamente alheia ao dogma cristão moderno. A Igreja Católica, no Concílio de Niceia 400 anos depois do nascimento e morte de Jesus, resolveu estabelecer o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro. 


Todavia, está provado que Jesus não nasceu nessa data, pois de acordo com registos Essênios de manuscritos descobertos em Qumran e outros, a data do seu nascimento terá sido 102 anos antes da Era Cristã, conhecido então na tradição Essénia por Jesus Ben Pandira.
O drama histórico e misterioso do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, assim como todos os acontecimentos da Sua vida, têm sido descritos através da história por símbolos cósmicos e esotéricos. Jesus Cristo, pelo seu nascimento na Palestina, alcançou o supremo desígnio da personificação do Amor-Sabedoria e do princípio Cósmico do Amor. Pela sua realização como um ser humano no passado Ele abriu a porta da Terceira Iniciação para a Humanidade, permitindo que uma grande Luz começasse a penetrar no nosso Planeta. Assim, à medida que os filhos dos homens se transformam em filhos da Luz, esta Luz aumenta e começa a abrir o caminho às almas que lutam com o fim de penetrarem numa Luz ainda maior. 

Na literatura religiosa e esotérica a palavra Cristo tem cinco significados diferentes: 1) O Cristo Interno, o Anjo Solar, que é a esperança da glória ou o Cristo místico. Refere-se fundamentalmente à alma humana, que deverá tornar-se perfeita como o Nosso Pai que está no Céu, a própria Glória. 2) O Cristo Histórico, que viveu na verdade e sofreu como um homem, lutou para ultrapassar as limitações humanas e conseguiu entrar num nível elevado de evolução, estabelecendo, desta forma, a relação da humanidade com a casa do Pai, e deu-nos também o exemplo a seguir. 3) O Cristo Cósmico, que é a Alma do Universo, o elo ou a relação entre a matéria e o espírito e a energia redentora que conduz a vida adormecida na matéria para o glorioso desenvolvimento ilimitado. É denominado nas Religiões a segunda pessoa da Trindade, o Filho, o segundo Logos, o Amor, a força consciente que mantém todas as coisas unidas, que conduz toda a vida manifestada em direção à perfeição final que revela o aspecto do Pai. 4) O Cristo propriamente dito, Líder da Hierarquia, que não pertence a nenhum religião específica, mas a toda a humanidade, a todas as religiões, visto todas elas se inspirarem na mesma fonte, ou seja, na Hierarquia. 5) Temos então o outro Cristo que na literatura antiga é denominado o símbolo da perfeição, o homem arquetípico, a imagem perfeita de Deus.
Será importante refletirmos sobre o significado esotérico e cósmico do Natal, com o nascimento do Cristo Sol que nos deve guiar aos Mundos Superiores da Consciência Cósmica. Se pretendermos seguir a Senda Espiritual teremos de nos saber guiar pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo Sol e aprender a reconhecer os seus sinais e movimentos. Quando ele desaparece no ocaso está a indicar-nos que algo deve morrer em nós, e ao O vermos surgir do Oriente é porque alguma coisa deverá nascer dentro de nós.

Todas as religiões do passado celebravam o Natal. As Sagradas Escrituras falam sem dúvida do acontecimento solar. Assim como o Sol físico avança para o Norte para dar vida a toda a criação, também o Sol da Meia-Noite, o Sol Cristo, o Sol do Espírito nos dá vida, se aprendermos a cumprir com os seus mandamentos. Vivemos todos os anos no Macrocosmos o Drama Cósmico do Sol, tendo em conta que o Cristo Sol se deve crucificar todos os anos no mundo, viver o drama da sua vida, paixão e morte, para a seguir ressuscitar em tudo o que é, foi e será a criação. Para entendermos o Drama Cósmico é necessário que o Cristo Sol nasça primeiro dentro de nós. As Sagradas Escrituras falam de Belém e de um estábulo onde nasceu Jesus Cristo. Na verdade, o estábulo de Belém encontra-se dentro de cada um de nós. Nesse estábulo interior moram os animais do desejo, todos os “eus passionais” que carregamos dentro da nossa psique. O nome “Belém” é por si só esotérico. No tempo em que o grande “Kabir” Jesus veio ao mundo, a aldeia de Belém não existia, por isso o nome é simbólico.

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